quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

José Augusto do Amaral

José Augusto do Amaral, mais conhecido como Preto Amaral, nasceu em Minas Gerais no ano de 1871. Ele é considerado o primeiro assassino em série brasileiro. Amaral era filho de escravos do Congo e Moçambique. Quando estava com 17 anos se beneficiou da Lei Áurea da Princesa Isabel para ser alforriado. Logo após, sem muitas oportunidades de emprego, ele entrou para o exército que era uma das poucas ocupações disponíveis para os negros na época. Amaral serviu no país inteiro: Espírito Santo, Bahia, Ceará, Rio grande do Sul, São Paulo, Goiás e vários outros lugares. Na Guerra de Canudos (1987), chegou a tenente. Ele também foi parte do primeiro batalhão da brigada policial e de vários outros batalhões, sendo que ele, na maioria, acabava por desertá-los. Até que em Bagé ele se juntou a o exercito nacional, onde ao desertar foi preso, e teve que responder ao conselho de guerra. Foi condenado a sete meses de prisão no quartel. Depois de rodar o Brasil como voluntário da Pátria, no ano de 1926, Amaral já estava com 55 anos, tinha uma vida de andarilho e vivia de sub-empregos (bicos). Nessa época ele cometeu o seu suposto primeiro crime. Em 5 de dezembro de 1926, Antônio Sanchez, de 27 anos, foi achado morto nas imediações do Aeroporto Campo de Marte, zona norte de São Paulo, após aceitar um convite para almoçar. “Com a certeza de que o rapaz não dava sinais de vida, ele o sodomizou e fugiu em seguida. Para ele, não fazia diferença o fato de fazer sexo com Antônio já morto”, escreveu Ilana Casoy no livro Serial Killers Made in Brasil. José Felippe de Carvalho, 12 anos, abordado na véspera do Natal, quando ia para a missa, foi também levado para o Campo de Marte, estrangulado e estuprado. A última vítima foi Antônio Lemes, 15 anos, morto em 1º de janeiro de 1927, depois de ganhar um almoço. Depois desses crimes houve ainda uma tentativa esganamento e atentado violento ao pudor, mas o rapaz que ele tentou esta investida conseguiu escapar da morte porque o "Preto" teria se assustado e o deixado no local, e em seguida foi até a delegacia denunciá-lo. Logo depois disso ele foi preso, torturado pela polícia e acabou confessando os seus supostos crimes. Já era famoso em São Paulo antes mesmo da sua prisão, os jornais da época estampavam notícias sobre um assassino em série na cidade e o mesmo já tinha as alcunhas na mídia local de "O mostro Negro" e "O Diabo Preto". As investigações levaram a polícia até Preto Amaral, que confessou os crimes, sem demonstrar emoção. Embora tenha sido reconhecido por testemunhas, a dúvida da autoria dos homicídios sempre permaneceu. Depois de preso ele foi examinado por um psiquiatra que numa das consultas ouviu uma história que ele contou sobre o tamanho exagerado de seu pênis e que sempre teve dificuldades de se relacionar com uma mulher, porque, segundo ele, nenhuma delas queria ter relações sexuais devido ao exagero do tamanho do seu membro. Ele também contou que passou por uma "macumba" quando menino e que depois disso o seu pênis não parou mais de crescer. Na época isso acabou relacionando o tamanho do seu pênis ao tamanho de sua bestialidade (comum pensamento da população sobre os tarados na época). Alguns casos continuaram a acontecer mesmo com o Preto Amaral preso, e com isso ele acabou virando uma lenda. A população revoltada queria o seu linchamento, ou morte, mas o Preto Amaral faleceu antes mesmo de ser julgado, cinco meses depois de ser preso. Amaral morreu de tuberculose em 12 de julho de 1927, na Cadeia Pública. Apesar de nunca ter sido julgado, ele é considerado o primeiro serial killer brasileiro e hoje sua história faz parte do Museu do Crime em São Paulo.

Chegou até mesmo a ser realizada uma montagem teatral chamada “Os crimes do Preto Amaral” para contar a história do suposto serial killer.

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