domingo, 20 de junho de 2010

Mohinder Singh e Surendra Koli

Restos de crianças, sobretudo jovens, foram encontrados no jardim da casa do empresário Mohinder Singh Pandher. A polícia prendeu Singh, nascido em 1955 e seu funcionário, Surendra Koli, nascido em 1972, um cozinheiro, no dia 29 de dezembro de 2006. Os dois acusados, o empresário e seu funcionário, são conhecidos na Índia como os "assassinos de Noida", em referência à localidade próxima a Nova Délhi onde em 29 de dezembro foram encontrados os restos dos corpos de 17 crianças e mulheres que foram estupradas e assassinadas. A justiça os acusou de seqüestro, estupro e assassinato. A opinião pública da Índia ficou horrorizada com o pior caso de assassinatos em série de sua história, no qual um de seus autores revelou à polícia que havia matado, violentado e tentado comer 16 crianças, embora as vítimas tenham sido mais de 40. Nas cercanias de Nova Délhi, no bairro de Noida, na cidade de Nithari, no estado de Uttar Pradesh, no dia 29 de dezembro de 2006 foram encontrados os corpos de 17 pessoas, 16 das quais eram crianças. Os investigadores policiais disseram ter encontrado cerca de 40 sacos de plástico com dezenas de ossos humanos. Alguns sacos cheios de crânios e ossos foram encontrados nos esgotos de Noida. Os jornais e a TV da Índia divulgam macabras revelações sobre estes atos de canibalismo e necrofilia. Muitos curiosos visitaram "a casa do terror", como foi chamada pela imprensa, onde trabalhavam ativamente as escavadoras. Com 40 mortos, este seria o pior crime da história da Índia. Em Noida, os pais das crianças acusam as autoridades de negligência depois que estes denunciaram os desaparecimentos. As vítimas vinham de classes menos favorecidas: famílias de agricultores que vivem nos bairros pobres da cidade e que provém do Estado de Bengala Ocidental (leste). Inicialmente, a acusação recaiu sobre o empregado doméstico de 30 anos, Surendra, que confessou os assassinatos. Segundo a imprensa, Koli reconheceu ter mantido relações sexuais com os cadáveres das vítimas, de cujos nomes e rostos ele se lembrava muito bem. Também explicou que havia tentado comer os órgãos das mesmas e que cortou outros em pedaços antes de jogá-los na privada. Como exemplo, Koli explicou que tentou provar o fígado de uma menina de quatro anos, e que depois vomitou. Mas a Polícia informou que o cérebro dos crimes era supostamente o patrão de Surendra, o empresário Mohinder Singh Pandher. A Polícia descartou também a relação do caso com o tráfico de órgãos, uma hipótese levantada no início da investigação. Agora, a principal hipótese é de crime sexual. Supostamente, os dois acusados estupraram e assassinaram os menores. A policia acreditava que como Mohinder estava separado, ele costumava recorrer a garotas de programa. Quando ele não conseguia nenhuma, pedia a Surendra que atraísse alguma criança para a sua casa, onde abusava delas. Surendra, considerado pela Polícia como "doente mental", violava as crianças depois de seu chefe. Ele atraía as vítimas, segundo confessou, "com bombons". Mais tarde, estrangulava os menores, para depois esquartejar seus corpos. Eles foram acusados formalmente de assassinato, ocultação de provas e conspiração, o que na Índia pode levar à pena de morte. Algumas famílias não se atreviam a denunciar os desaparecimentos porque a maioria dos habitantes de Nithari é de imigrantes e tinha medo da Polícia. Mas a população agora critica a atuação das forças de segurança. Os aldeões tinham denunciado anteriormente que as crianças desapareciam numa área com um raio de 100 metros. Mas a condição humilde das vítimas é para muitos a razão da lentidão policial. As forças de segurança se apressaram a rebater as críticas. Porém, foram suspensos seis policiais da região. O Partido do Congresso defendeu indenizações de 17 mil euros e empregos públicos para as famílias afetadas. O caso dos "Carniceros de Noida" recebeu uma ampla cobertura da imprensa indiana, que publicou histórias de várias crianças que devem estar vivas por não terem aceito os bombons oferecidos por um desconhecido. Em 12 de Fevereiro de 2009 começou o julgamento dos acusados. Uma multidão enfurecida tentou linchar os dois suspeitos de estuprar e assassinar as crianças e mulheres, no momento em que eles tentavam entrar no fórum onde seriam julgados em Ghaziabad, próximo a Nova Délhi. O canal indiano transmitiu imagens de dezenas de pessoas agredindo os dois acusados na entrada do edifício, sem que os agentes que faziam a segurança pudessem protegê-los. Mohinder Singh Pandher perdeu a consciência depois de ser agredido na cabeça, apesar dos esforços da Polícia de tentar controlar a multidão. Finalmente, os agentes de segurança conseguiram "resgatar" os dois suspeitos e levá-los até as dependências policiais, e os advogados que participaram da tentativa de linchamento foram proibidos de entrar. O crime brutal horrorizou a sociedade indiana e suscitou uma grande controvérsia sobre a atuação da Polícia, acusada de negligência nas investigações. Ambos os acusados Moninder Singh Pandher e seu trabalho doméstico Surendra Koli foram considerados culpados, por um tribunal especial em sessões Gaziabad. Os acusados Moninder Singh Pandher e Surendra Koli receberam sentença de morte em 13 de fevereiro de 2009, o caso foi classificado como "raro dos raros" na Índia. Em 10 de setembro de 2009, o Supremo Tribunal de Allahabad absolveu Moninder Singh Pandher e anulou a sentença de morte. Ele não foi nomeado o principal suspeito pelos investigadores, mas foi convocado como co-autor durante o julgamento. Pandher ainda enfrentara julgamento nos em mais cinco casos de mortes, e poderá voltar a ser condenado à morte se for considerado culpado em qualquer um desses assassinatos. No mesmo dia que Pandher foi absolvido, o Supremo Tribunal de Allahabad confirmou a sentença de morte de Surendra Koli. O empresário foi inocentado porque segundo informações da TV local, ele estava na Austrália quando o primeiro caso de desaparecimento ocorreu, Rimpa Haldar, e esse caso foi o motivo do primeiro julgamento. Meios de comunicação também vinculam que Singh teria pagado um bom dinheiro a policia federal para não ser acusado e retirar a acusação que a policia estadual havia colocado contra ele. Algumas vítimas descobertas e confirmadas por Koli: como já citamos Rimpa Haldar, de 14 anos, desapareceu em 8 de fevereiro de 2005; Harsh Ram Kishen, de 3 anos desapareceu em 23 de fevereiro de 2006; Deepali Amar, de 12 anos, desapareceu em 18 de julho de 2006; Max Kumar, de 5 anos desapareceu em 27 de abril de 2006; Aarti Prasad, de 7 anos, desapareceu em 25 de setembro de 2006; Jyoti Jhabulal, de 10 anos, desapareceu em 21de fevereiro de 2005; Rachna Jhabulal, de 8 anos, desapareceu em 10 de julho de 2006; Nisha James, de 11 anos, desapareceu em 24 de julho de 2006, o pai chegou a ser acusado pelo desaparecimento e foi inclusive preso, mas recebeu indenização da justiça após o crime ser apurado; Nanda Devi, de 34 anos, mãe de 6 filhos, despareceu em 31 de outubro de 2006, ela trabalhava como diarista; Pinki Sarkar, de 20 anos, desapareceu em 2006 numa data incerta; Bina Haldar, de 13 anos, desapareceu em 2005; Shekhu Raja, de 9 anos, desapareceu em 1 de julho de 2005; Pushpa Sunil Biswas, de 10 anos, desapareceu em 19 de abril de 2006; Anjali Sarkar, de 25 anos, desapareceu em 12 de novembro de 2006. Documentário Parte 1 Parte 2 Parte 3

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