domingo, 16 de maio de 2010

Jean-Bédel Bokassa

Jean-Bédel Bokassa, também conhecido como Imperador Bokassa I e Salah Edddine Ahmed Bokassa nasceu em Bobangi no dia 22 de fevereiro de 1921 e foi ditador da República Centro Africana. Presidente da antiga África Equatorial francesa que tornou-se independente em 1958 e adotou o nome de República Centro-Africana, Bokassa assumiu o poder em 1966, através de um golpe, dissolveu o Parlamento, suspendeu a Constituição e nomeou-se presidente vitalício, chefe das Forças Armadas e chefe do único partido. Em 1969, o Ministro da Saúde, Alexandre Banza, acusado de conspirar contra ele, foi fuzilado após ser espancado publicamente pelo próprio Bokassa e arrastado pelas ruas de Bangui, capital do país. Diversos outros membros do governo receberam acusação idêntica e também tiveram o mesmo fim. Com hábitos antropofágicos, afirma-se que o ditador mantinha estocado nos frigoríficos de seu palácio grandes pedaços de carne humana para serem saboreados in natura, ou melhor dizendo, comidos sem cozimento ou crus. Em 1976, Bokassa fez aprovar uma Constituição que transformou o país num império e ele foi coroado numa cerimônia luxuosíssima, que reproduziu literalmente a da coroação de Napoleão I, desfalcando os já exauridos cofres da nação. O auxílio altíssimo recebido da França cobriu as despesas, servindo para pagar salários astronômicos aos altos funcionários. Bokassa baixou rígidas instruções sobre como os súditos deviam se comportar em sua presença: manter-se a seis passos de distância, curvar com obediência a cabeça e, quando convidado a falar, responder com um “sim, Majestade Imperial”. O imperador atribuiu-se tantas medalhas que foi obrigado a encomendar a seu alfaiate um casaco extra-longo para sustentá-las. Em 1979, estourou uma manifestação estudantil contra uma lei do imperador que obrigava todos os escolares a usarem uniformes vendidos por uma empresa de sua propriedade. Meses depois, diante de uma greve geral, Bokassa mandou prender centenas de jovens e participou pessoalmente de seu massacre. Diante dessa denúncia, confirmada pela Anistia Internacional, o governo francês decidiu cortar cerca de 80% dos subsídios que enviava ao país. Bokassa foi deposto pelo primo, David Dacko, que proclamou o retorno do país à República. O ex-imperador tentou seguir para a França, onde possuía extensas propriedades, mas o governo francês recusou-se a permitir sua entrada, deixando-o quase três dias confinado dentro de seu avião, numa base aérea perto de Paris. Dali, ele finalmente rumou para a Costa do Marfim, onde seu pedido de asilo foi aceito. Passou a viver de favor com algumas de suas mulheres e 14 dos seus 54 filhos numa imensa propriedade mandada construir pelo Presidente Felix Houphouet-Boigny, que também cuidava da alimentação e educação da numerosa família. Em 1983, quatro anos após sua deposição, o ex-ditador desembarcava novamente na França e se instalava no castelo de Hadricourt, com parte de sua família. Ele voltou de seu exílio na França em 24 de outubro de 1986, sendo preso e julgado por traição, assassinato, canibalismo e apropriação indébita de fundos estatais. Foi condenado à morte em 12 de junho de 1987, mas a sentença foi comutada para prisão perpétua em fevereiro de 1988, e reduzida posteriormente para vinte anos. Com o retorno da democracia em 1993, o presidente André Kolingba declarou uma anistia geral a todos os presos, em um de seus últimos atos como presidente, e Bokassa foi libertado em 1 de agosto daquele ano. Bokassa veio a falecer em Bangui, aos 75 anos, em 3 de novembro de 1996.

Biografia Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4 Parte 5 Parte 6 Parte 7 Parte 8 Parte 9 Parte 10 Parte 11 Parte 12 Parte 13 Parte 14 Parte 15 Parte 16 Parte 17

O livro Dark Age: The Political Odyssey of Emperor Bokassa de Brian Titley fala sobre esses acontecimentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

<