Saeed Hanaei ou Said Hanai (سعید حنایی) foi um serial killer iraniano. Entre 2000 e 2001, a cidade santa de Mashhad no Iran foi assombrada por um assassino de prostitutas apelidado de pelos jornais de "The Spider Killer" (Assassino Aranha) por causa da forma de como as vítimas eram atraídas para a casa do assassino, que depois as estrangulava com seus próprios véus, então ele as deixava despejadas nas ruas da cidade como lixo, jogando o corpo na beira da estrada ou em esgotos a céu aberto, envolvendo-as em seu chador, roupas pretas que cobrem uma mulher da cabeça aos pés. O bairro onde ocorria os crimes era um bairro operário em Mashhad. Era lugar desesperador, de prostitutas aprisionadas pela dependência química, a pobreza e a crueldade patriarcal. Quando a polícia prendeu Saeed Hanaei em Julho de 2001, 19 mulheres tinha sido assassinadas, apesar de 3 terem sido atribuída a um copycat (imitador). Hanaei foi pego depois que uma possível vítima conseguiu escapar da casa do assassino e levou a polícia de volta para a casa dele. Hanaei logo confessou as 16 mortes, alegando que foram em resposta a um incidente em que um motorista de táxi teria assediado sua esposa, que tinha a confundido com uma prostituta. Hanaei confessou os crimes, sorriu para os fotógrafos de notícias e orgulhosamente disse ao tribunal que ele estava lutando uma cruzada contra a corrupção moral e o vandalismo. Ele e seu advogado citaram frases das leis islâmicas iranianas e que os pecadores eram "sangue perdido", argumentando que Hanaei merecia um tratamento especial.O caso provocou um debate entre os reformadores, que condenavam as autoridades por não pegá-lo mais cedo e alguns conservadores que compartilhavam o mesmo desgosto do assassino com o aumento da prostituição. "Quem está para ser julgado?”, escreveu o jornal conservador Jomhuri Islami. "Aqueles que matam a doença ou aqueles que causam a corrupção?" Tais sentimentos foram expressos por amigos do assassino comerciante, dono de um bazar em Mashhad, um dos quais disse ironicamente ao jornal: "Ele fez a coisa certa. Ele deveria ter continuado." As discussões sobre o “Assassino Aranha” representavam uma espécie de cosmo de uma batalha maior que estava sendo travada no Irã sobre o verdadeiro papel do Islã na sociedade. Reformistas no parlamento e governo têm tentado pressionar por um relaxamento do sistema teocrático do país, defendendo que eles chamam de uma "interpretação democrática do Islã". Seus opositores temem que os reformistas só iriam prejudicar o Islã e abrir as portas para os seculares de influências ocidentais. A testemunha mais perturbadora de Hanaei foi seu próprio filho de 14 anos, Ali, que disse que seu pai foi a limpeza da república islâmica dos "corruptos da Terra". “Se eles matarem meu pai, dezenas vão substituí-lo", disse Ali. "Desde sua prisão, 10 ou 20 pessoas já me pediram para continuar o que meu pai estava fazendo. Ele disse: "vamos esperar e ver". Hanaei atuou como voluntário na guerra Irã-Iraque 1980-88, e descreveu seus assassinato como uma "continuação do esforço da guerra".Hanaei no começo dizia que sentia como se estivesse limpando as ruas e protegendo sua religião. Ele disse que quando terminou a seca e as chuvas vieram, aquele era um sinal de Allah de que sua matança tinha recebido aprovação divina. "Percebi que Deus olhou favoravelmente para mim. Que ele havia tomado conhecimento do meu trabalho", disse Hanaei. Com 12 prostitutas já mortas por suas mãos, Hanaei continuou sua "obra" e estrangulou pelo menos mais quatro mulheres após a atraí-las para sua casa em Mashhad.No entanto, Hanaei logo admitiu suas verdadeiras motivações. Se fazendo passar por um cliente comum, ele pegava suas vítimas e as levava para onde ele iria atacá-las sexualmente antes de se livrar dos corpos. Isso não impediu que muitos no Oriente Médio o louvassem como se ele fosse uma espécie de herói islâmico. Alguns meios de imprensa pediam para que Hanaei fosse poupado de execução porque ele "não derramava o sangue de inocentes." No entanto a sanidade prevaleceu felizmente e Hanaei foi enforcado no pátio da prisão em 16 de abril de 2002, apenas com os parentes de suas vítimas presentes. Hanaei ficou chocado e irritado quando chegou o momento de seu enforcamento e ao contrário de seu julgamento, altamente noticiado na mídia, não haviam câmeras para registrar os seus gritos de protesto e nem seus aliados ideológicos na hora de sua execução. Mesmo até o último segundo antes de sua execução, Hanaei disse que alguém do governo viria para salvá-lo.
Em 2002 a HBO produziu o documentário Va Ankabooti Aamad ( Along Came A Spider ), baseado nesses acontecimentos.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
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