segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Dorángel Vargas Gómez
Em 12 de fevereiro de 1999, um funcionário anônimo da Defensa Civil atendia uma chamada de emergência. Anotava no seu caderno de anotações um registro macabro, onde dois garotos acharam restos humanos na área do Parque 12 de Febrero, embaixo da ponte Libertador, nas margens do rio Torbes, entre as cidades de San Cristóbal e Táriba, no estado de Táchira.
A policia foi para lá imediatamente e os restos mencionados encontrados eram de seis pessoas mais ou menos, pés e cabeças, foi um achado assustador. O que no principio parecia ser um lugar onde se descartavam corpos por queima de arquivos, ou de alguma seita secreta, se veio a confirmar pouco a pouco por denúncias de pessoas desaparecidas nos meses de novembro de 1998 janeiro do ano seguinte, que isto era obra de um assassino em serie, o primeiro caso da Venezuela.
Rastejando o vilarejo, em busca de mais corpos, foi encontrado um rancho, habitado por um doente mental, e lá foram encontrados uma série de objetos, roupas, livros, cadernos, assessórios e documentos que não se podiam precisar a origem. O louco foi levado para a delegacia e, quando foi interrogado, assumiu a autoria dos fatos.
Dorángel Vargas Gómez de 42 anos relatou: "A carne dos homens é mais gostosa que a das mulheres", sobre o olhar assustado dos policiais, ele ainda falou: "A buchada eu cozinhava e comia pés, mãos e cabeças são difíceis de preparar, por isso eu jogava por aí". Para o "Come gente" o que ele mais gostava era de comer homens, "estes são mais saborosos. As mulheres são doces. É como comer flores, dão azia". Ele explicou que os homens eram melhores do que as mulheres e que os sabores mais agradáveis das mulheres se conseguiam na zona do ventre. "Não me arrependo de nada, como eu disse a igreja, eu compartilhei meu pão com o próximo e muitos me elogiaram pelo recheio de minhas empadas. Por necessidade me envolvi nessa encrenca, mas não me arrependo, ao contrario, me alegro porque gosto de carne. As únicas coisas que não me dão apetite são as cabeças, mãos e pés dos seres humanos, mas mesmo assim eu comia em uma sopa de vez em quando se eu sentisse fome".
Sua lista tem mais ou menos 40 pessoas. Um show foi solucionado, todos só falavam do "Come gente", de todas as histórias de personagens do ano, ele sempre era o primeiro. Temia-se, cada vez que aparecia um resto, que um Copycat tentasse provar a carne hum zarabatana ana. Seu modus operandi, era o siguinte: utilizava um cano de alumínio como zarabatana e dava a missão de caça para as suas vítimas, que ele tinha selecionado anteriormente, mendigos, trabalhadores, meninos.
Como ele não tinha nenhuma espécie de geladeira, matava duas pessoas por semana. Ele já tinha sido preso e passado um ano em um hospício em 1995. Parece que sua primeira vítima foi um cara chamado Cruz Baltazar Moreno. Um dia, o homem não voltou para sua casa e foi encontrado na propriedade de Vargas. Só encontraram seus pés e suas mãos, o resto foi parte do banquete do “Come gente”. Antonio López Guerrero, grande amigo do defunto, foi um das testemunhas que acusaram o Come gente que foi levado ao Instituto de Reabilitação Psiquiátrica de Peribeca. Lá ele passou dois anos, depois foi devolvido a sociedade porque "não representava nenhum perigo para a coletividade". O acusador, seria uma das novas vítimas do "Hannibal Lecter dos Andes" como também o chamaram. Este homem nascido em 1957 no meio de uma família dedicada a agricultura e que só estudou até a sexta série primária, cozinhava a suas vítimas com ervas exóticas, conforme ele mesmo afirmou após sua captura.
Manifestantes protestaram em frente a delegacia e exigiram que o levassem para San Cristóbal, a capital do estado. Ao antropófago, foi dada proteção policial suficiente na escolta, para buscar ele no "alojamento". Os detentos da Prisão de Santa Ana quando souberam do assunto protestaram, assim também fizeram os doentes mentais (com problemas mentais menores) do Centro de Reabilitação Mental de Peribeca. Esquizofrenia paranóica é o que foi diagnosticado nesse venezuelano.
Em uma entrevista recente para uma revista, Vargas disse ao jornalista como era comer carne humana: "Você já comei peras? Bem, é igual. Claro que como carne humana. Qualquer um pode comer, mas tem que lavar bem e temperar bastante para evitar o contágio de doenças... gosto de comer as partes com músculos, particularmente as coxas e as panturrilhas. Com a língua faço um guisado muito gostoso e os olhos eu utilizo para fazer sopa". E lá continua ele, em uma cela da Prisão de Segurança e Ordem Pública do Estado de Táchira. Fumando, e as vezes imaginando novas e suculentas receitas.
O livro Retrato de un Caníbal. Los asesinatos de Dorancel Vargas Gómez, de Sinar Alavarado, baseia-se nesses fatos.
Entrevista com o Come gente
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sem palavras...so podia ser doente mental
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