quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Thierry Paulin


Thierry Paulin, a Besta de Montmartre ou assassino de idosas, nasceu em Fort-de-France, Martinica. Seu pai se mudou para a França logo após seu nascimento, deixando sua mãe adolescente com o bebê. Paulin foi criado na Martinica por sua avó paterna, que possuía um restaurante e como trabalhava muito, prestava pouca atenção ao seu neto. Quando tinha dez anos, Paulin foi viver com sua mãe, agora casada, teve que se misturar aos seus meio-irmãos e irmãs. Seu comportamento começou a tornar-se irregular e violento com as outras crianças, então sua mãe pediu ao pai para levar o filho para a França. Seu pai aceitou, para evitar o pagamento de pensão. Como ele era um aluno negro misturado a tantos alunos brancos, Paulin tinha poucos amigos, tinha um desempenho escolar ruim, costumava ser reprovado. Com 17 anos, ele decidiu entrar para o serviço militar precocemente, foi para a tropa de pára-quedismo, porém, os seus colegas soldados tinham preconceito com sua raça e homossexualidade. Em 14 de novembro de 1982, ele roubou uma senhora idosa em um mercado, ameaçou ela com uma faca, o vendedor o conhecia como cliente, e ele foi logo preso. Em Junho de 1983, foi condenado a dois anos de prisão, mas a pena foi suspensa ( "avec sursis"), permitindo a Paulin permanecer livre. Em 1984, após deixar o exército, Paulin ficou sabendo que sua mãe e sua família moravam em Nanterre, um subúrbio ao norte de Paris. Ele foi morar com eles, mas a sua relação era hostil. Paulin tornou-se garçom no Paradis Latin, uma casa noturna conhecida por shows de travestis. Lá, ele começou uma carreira como um artista, vestido de drag e cantando músicas de seu cantor favorito, Eartha Kitt. Sua mãe uma vez foi convidada para assistir a apresentação de seu filho, mas deixou o clube alguns segundos após o início do ato. No Paradis Latin Paulin conheceu Jean-Thierry Mathurin. A um garoto de19 anos nascido na Guiana Francesa, era um dependente químico. Paulin se apaixonou por ele e logo se tornaram amantes. Paulin também era viciado, mas menos severamente, e nessa época Paulin vendia drogas também. Em 5 de outubro de 1984, duas mulheres idosas foram assaltadas em Paris. Germaine Petitot, 91, sobreviveu, mas ficou muito traumatizada para dar uma descrição detalhada dos criminosos. Anna Barbier-Ponthus, 83, morreu depois de ser espancada e asfixiada com um travesseiro. Seu assassino roubou 300 francos (cerca de US $ 50). Em Outubro e Novembro de 1984, outras oito mulheres idosas foram assassinadas, principalmente no distrito 18 de Paris e bairros vizinhos. A violência dos crimes foi horrível, algumas das vítimas foram asfixiadas com sacos de plástico, algumas foram espancadas até a morte, e um deles foi obrigado a beber água sanitária. Em todos os casos, o motivo parecia ser roubo. Ao mesmo tempo, Paulin e Mathurin estavam levando uma vida extravagante, passavam suas noites dançando, bebendo champanhe e que cheirando cocaína. No final de Novembro, eles decidiram ir a Toulouse para ficar por alguns meses na casa do pai de Paulin. Mas o pai de Paulin não aceitou o amante do filho e houveram vários conflitos, então Paulin e Mathurin acabaram terminando. Mathurin retornou a Paris, enquanto Paulin tentou iniciar sua própria agência de artistas travestis, um plano que falhou no Outono de 1985. De 20 de dezembro de 1985 até 14 de junho de 1986, oito mulheres idosas foram assassinadas. Os policiais não foram capazes de identificar o assassino, apesar dos investigadores terem algumas pistas. A polícia através da impressão digital comprovou que o autor foi o mesmo indivíduo que cometeu os assassinatos em 1984. No entanto, nos novos assassinatos, o assassino agiu de forma mais rápida, usando métodos menos cruéis. No Outono de 1986, Paulin atacou um de seus traficantes de cocaína com um taco de baseball. O traficante foi até a polícia e Paulin foi preso. Paulin foi condenado a 16 meses de prisão pelo assalto, passou um ano na prisão de Fresnes. Após sua libertação, Paulin descobriu que era HIV-positivo. Sabendo que estava sob uma sentença de morte pela Aids, Paulin organizou várias festas, gastando muito dinheiro e não poupando gastos. Paulin pagou essas festas com cartões de crédito roubados e cheques, fruto de seus assassinatos. Em 25 de novembro de 1987, Paulin assassinou Rachel Cohen, idade 79. No mesmo dia, ele atacou um mulher de 87 anos, Berthe Finalteri, a quem ele sufocou e deixou à beira da morte. Dois dias depois, ele estrangulou Genevieve Germont, que pode ter sido sua última vítima. Paulin comemorava seus 24 anos e Madame Finalteri inesperadamente recuperada foi capaz de dar uma descrição precisa do seu atacante, afirmando que ele era "un Métis d'une vingtaine d'année coiffée à la Carl Lewis, avec une boucle d'oreille gauche "(literalmente" um cão sem raça definida com seus vinte anos, com cabelo como Carl Lewis e uma fivela (brinco) em sua orelha esquerda "). Em 1° de dezembro Paulin foi preso, quando desci a sua rua um inspetor da polícia local, Francis Jacob, reconheceu ele pela descrição de Madame Finalteri. Depois de dois dias na prisão, Paulin admitiu tudo, incluindo o seu envolvimento com Mathurin. Acusados de ter cometido 18 assassinatos (embora ele alegasse responsabilidade por 21), ele foi enviado para a prisão e ficou aguardando julgamento. No início de 1988, Paulin adoeceu, o seu corpo começou a sucumbir aos efeitos da AIDS. Um ano depois ele foi internado em estado de quase total paralisia, sofrendo duplamente de tuberculose e meningite. Ele morreu na noite de 16 de abril de 1989, na ala hospitalar da prisão de Fresnes. Apenas Mathurin foi a julgamento pelos primeiros nove ataques e assassinatos, só ele recebeu uma sentença em vida: 18 anos sem liberdade condicional. Ele foi detido até janeiro de 2009, tecnicamente, Thierry Paulin nunca foi condenado pelos assassinatos dos quais foi acusado.

O filme J'ai pas sommeil (I Can't Sleep) baseia-se nesses acontecimentos.

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